terça-feira, 9 de outubro de 2012

ESTUDO IDENTIFICA RELAÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA DA VITAMINA D E DOENÇAS REUMÁTICAS

Última atualização: 31/08/2010
Divulgados recentemente, dois estudos realizados separadamente revelaram que a deficiência de vitamina D é ponto comum em pacientes com doenças reumáticas. A apresentação dos resultados aconteceu durante Congresso Anual da Liga Européia Contra o Reumatismo, o Eular 2010.

O estudo inglês realizado com 180 pacientes, por Clive Kelly, do Hospital Queen Elizabeth, em Gateshead, na Inglaterra, tinha o objetivo de avaliar os níveis médios de vitamina D em pacientes com doenças inflamatórias articulares, artrose e mialgia. Os dados sobre os níveis de vitamina D foram recolhidos e os resultados mostraram que 58% dos indivíduos tinham níveis considerados abaixo do normal em relação a indivíduos saudáveis.

O estudo italiano, realizado com 1.191 pacientes (85% mulheres) com artrite reumatóide, por Luca Idolazzi, da Universidade de Verona, avaliou os níveis de vitamina D, a ingestão de cálcio, a exposição ao sol e a densidade mineral óssea dessas pacientes. Níveis menores de vitamina D foram encontrados em pacientes com doença ativa, em comparação com aqueles em remissão da doença, e, entre aqueles que não estavam respondendo ao tratamento, quando comparados aos pacientes com boa resposta ao tratamento.

— Os novos estudos nos alertam também que os baixos níveis dessa vitamina, em pessoas que sofrem de vários tipos de doenças reumáticas, estão associados com um risco maior de mortalidade e de desenvolvimento de câncer —, informa o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

— O que sabíamos sobre a vitamina D até há poucos anos não passava de alguns parágrafos sobre sua importância para o metabolismo dos ossos. Sabíamos que ela era essencial para a absorção intestinal de cálcio e para a saúde óssea —, conta Lanzotti. As ações mais conhecidas da vitamina D ocorrem no sentido de promover a mineralização óssea e um balanço positivo de cálcio.

— Atualmente, sabemos que os receptores da vitamina D são específicos e que estão espalhados pela maioria das células do corpo. Como acontece com os hormônios em geral, a vitamina D age através da ligação aos seus receptores celulares, onde consegue chegar através da corrente sangüínea, exercendo com versatilidade várias ações biológicas, muito além do metabolismo ósseo —, conta o reumatologista.

Fontes de vitamina D:

As fontes alimentares de vitamina D são: ovos, fígado, manteiga e peixes gordos, dentre eles, o arenque, a cavala, a sardinha e o atum, inclusive os enlatados. Os peixes magros acumulam a gordura no fígado e são também fontes muito importantes de vitamina D, como é o caso do óleo de fígado de bacalhau. No Brasil, nossa dieta é relativamente pobre em vitamina D e dependemos muito da luz solar para garantir estoques adequados desta vitamina no organismo. Mesmo num país tropical, a nossa incidência de hipovitaminose D alcança 40% das mulheres, na menopausa, e 80% delas, aos 80 anos.

— Hoje em dia, a tecnologia tornou possível a fortificação de alimentos com vitamina D e muitos leites e margarinas já estão enriquecidos com ela. Mas, a principal fonte de vitamina D é a exposição à luz solar, que através da irradiação ultravioleta do tipo B (UVB) produz na pele grande quantidade de vitamina D, sofrendo influências de alguns fatores como a estação do ano, a latitude, o horário do dia, a intensidade de pigmentação da pele, a idade e o uso de roupas ou protetores solares — explica Lanzotti.
 
Fonte: Zero Hora

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