Pesquisas Debridan
Resumo
O tratamento de feridas como úlceras varicosas, hemorróidas, ferimentos em diabéticos,
dentre outros, tem sido feito com uso de pomadas que apresentam alto custo e efeito lento, o que
eleva o custo do tratamento, principalmente para a classe média e baixa. O uso da (Debridan) pomada
de Brassica sp já vem sendo feito há mais de dez anos em hospitais, postos de saúde e programa
de atendimento à família de Governador Valadares, tem se mostrado eficiente, suficiente e de baixo
custo. Partindo do uso empírico da Brassica sp para o tratamento de ferimentos, e do interesse
da Doctor Pharma, foi estabelecida uma parceria entre a Universidade Vale do Rio Doce com o
propósito de realizar estudos que documentassem o efeito cicatrizante da (Debridan) pomada de
Brassica e esclarecessem alguns mecanismos com o objetivo de explicar os resultados observado.
Vários ensaios foram realizados com microrganismos, células animais, três espécies de animais
diferentes (cobaias, ratos e coelhos), acompanhamento do produto em campo e o acompanhamento
de casos clínicos. Os resultados acumulados durante oito anos de acompanhamento do produto
no tratamento de feridas de diferentes origens permitem concluir que a pomada aqui apresentada
é um produto inovador, porém com efeito muitas vezes superiores aos demais produtos disponíveis
no mercado.
Os produtos da linha Debridan. (pomada e bálsamo) apresentam como diferenciais o fato
de terem princípio ativo natural, não ter registro de nenhum caso de contra-indicação, apresentar
o ótimo efeito debridante, estimular a maior produção de colágenos e contribuir para formação de
cicatrizes com tecidos mais espessos. É uma linha de produto viável de baixo custo com ótima
aplicação e resultados, tendo como principal ativo o extrato fluído obtido da maceração da folha de
Brassica.
Introdução
A saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência
de enfermidade, fazendo parte das necessidades básicas do homem, e por isso tem sido uma
preocupação constante. Para conservá-la ou restaurá-la, vem o homem desde a Antigüidade,
lançando mão dos mais variados recursos, mormente aqueles destinados a evitar e combater
as doenças, sobretudo por meio de fármacos e medicamentos. Essa constante busca de novas
substâncias que potencialmente poderão contribuir para a composição de armas contra as
enfermidades, tem sido cada vez mais crescente (Korolkovas et al., 1982).
Dentre as diversas fontes de fármacos atualmente empregadas, destaca-se o progresso no
setor de substâncias de origem sintética, que se verificou nos últimos trinta anos, representando
essa fonte cerca de 50% da introdução de novos fármacos na terapêutica.
Esse crescimento tende a valorizar o extraordinário papel que as substâncias de origem
natural desempenham e continuam contribuindo no surgimento de novos fármacos a serem
empregadas em terapêutica (Ramalingam e Vogt, 1974; Korolkovas et al., 1982). O Brasil tem
nesta área, em função de sua diversidade biológica, um grande patrimônio a ser pesquisado e
explorado sustentavelmente.
A contribuição de substâncias do reino vegetal no surgimento de novos fármacos é pequena
em relação às sintéticas, mas tem crescido nos últimos anos, face à introdução a novas metodologias
mais eficientes para o estudo de substâncias de origem vegetal, acrescida ao fato de que algumas
espécies estão em processo ou já foram extintas, sem terem sido estudadas quanto à possibilidade
de fornecerem alguma substância farmacologicamente ativa.
Cada vegetal, em essência, deve ser alimento e medicamento. A distinção entre as
substâncias alimentícias, medicamentosas e tóxicas existe somente em relação à dose em que
são empregadas e para que finalidades são recomendadas. A questão se reduz a um oportunismo
científico, que somente a observação pode aconselhar (Morgan, 1982).
O crescimento do mercado de plantas medicinais se deve, principalmente, à grande
tendência da busca por remédios fitoterápicos, vinculada especialmente a fatores socioeconômicos,
de manutenção das tradições, à falência do sistema oficial da saúde, a mudança de paradigmas
humanos e ao desenvolvimento de uma farmacologia natural científica, ética e responsável. O
consumo aumenta também porque os custos são menores e pelo poder de cura.
Os benefícios obtidos com o controle de qualidade, através de testes e ensaios biológicos,
possibilitam que o consumidor usufrua de medicamentos confiáveis, com resultados satisfatórios
e semelhantes aos medicamentos sintéticos, com a vantagem do menor custo. Em decorrência
disto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária vem exigido dos produtos fitoterápicos presentes
no mercado uma série de estudos que comprovem a ação terapêutica destes medicamentos e, ao
mesmo tempo, garanta maior segurança aos usuários em relação a possíveis efeitos colaterais. É
sabido que não só os medicamentos convencionais podem causar danos à saúde humana, como
também os fitoterápicos, quando mal utilizados.
Os dados aqui registrados e apresentados perante a comunidade científica surgiu a partir do
interesse de produzir em escala industrial uma pomada cicatrizante desenvolvida e comercializada
pela Doctor Pharma, farmácia de manipulação. Os resultados promissores obtidos com o uso desta
pomada em sua forma magistral incentivaram a parceria com a Universidade Vale do Rio Doce com
o propósito de avaliar e validar os resultados obtidos com o uso do produto manipulado.
Uso de produtos naturais cicatrizantes
O Brasil possui a maior biodiversidade do planeta, o que, sem dúvida, é uma dádiva divina.
A natureza, além de sua beleza plástica, oferece recursos para a solução de muitos problemas que
afligem a humanidade neste final de milênio. Doenças consideradas incuráveis, como o câncer e
a AIDS, por exemplo, poderão ser erradicadas a partir dos recursos disponíveis na biodiversidade.
Só que esse tesouro precisa ser bem conhecido e conservado para ser utilizado.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 80% da população mundial
utiliza principalmente a medicina tradicional (folclórica) para suprir as necessidades de assistência
médica primária (Farnsworth, 1985). Esse conhecimento etnofarmacológico tem sido usado como
ponto de partida para o delineamento experimental visando a descoberta de novos fármacos
(Elizabetsky, 1987).
A cicatrização de feridas é um processo complexo classicamente dividido em um estágio
inflamatório/degradativo precoce, com pico nas primeiras horas após a injúria, seguido por
granulação e posteriormente por epitelização (Politis & Dmytrowich, 1998).
Segundo Clark (1993), os eventos da cicatrização dos tecidos podem ser divididos em
três fases, que não são mutuamente excludentes, mas sobrepostas no tempo. Estas fases são
nomeadas de inflamação, formação de tecido de granulação com deposição de matriz extracelular
e remodelação tecidual.
O processo de cicatrização é caracterizado pelo preenchimento de determinado espaço
e selado pela cicatriz. Entretanto, este quadro pode ser alterado pela presença ou ausência de
bactérias, tipo de ferida (aberta/fechada), grau de suprimento sanguíneo, tipo de tecido lesado etc
(Majno & Joris, 1996).
A cicatriz passa a apresentar a forma de uma massa fibrosa acrescidas de fibras colágenas.
Observa-se apoptose dos fibroblastos e das células endoteliais, e os eosinófilos, aparecem nas
últimas fases da reparação, presumindo que possam estar ligados a fatores de crescimento (Chiang,
1991).
O controle de qualidade da droga vegetal é imprescindível, pois muitas espécies vegetais
são vendidas sem nenhuma garantia de qualidade, o que favorece desde a venda de espécies
falsificada até o armazenamento inadequado da droga vegetal durante a sua comercialização
(Controle de qualidade de ervas medicinais - Revista Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento,
Edição nº 31, Julho/Dezembro de 2003).
Dentre as substâncias naturais mais amplamente utilizadas para a cicatrização de feridas
cutâneas, destacam-se o mel (Oryan & Zaker, 1998), a própolis (Silveira & Raízes, 1995), e as
folhas de Aloe Vera (Chithra et al., 1995), várias plantas são também empregadas como Alecrim,
Babosa, Barba-Timão, Calêndula, Cardo-Santo, Confrei, Espinheira-Santa, Guaçatonga, Mil-Folhas,
Parietária, Rubim, Tanchagem. Vários destes produtos, apesar de serem amplamente utilizados
carecem de estudos mais profundos nos aspectos clínicos e farmacotécnicos.
Uso Medicinal das Brassicas em Governador Valadares
Balbach e Boarim (1993) fazem referência do uso da Brassica no tratamento de diversas
enfermidades como abscessos, hemorróidas, nevralgias faciais e dentárias, distúrbios intestinais
e ferimentos em geral. Estes autores (Balbach & Boarim (1993)) fazem menção a informações
provenientes do ano de 1881, quando o Dr. Blanc, da Universidade de Paris publicou obra clássica
sobre uso do Brassica, intitulada “Les propriétès médicales de la feville de chou” (As propriedades
medicinais da folha de Brassica) do qual é extraído o texto que segue: “O Brassica poderia ser na
terapêutica o que o pão é na alimentação. O Brassica é o médico dos pobres. O Brassica é um
medicamento de grande eficácia e de larga possibilidade de aplicação. Esta afirmação repousa
sobre ricas experiências próprias. Os romanos, durante seis séculos, não conheciam, por assim
dizer, outro remédio a não ser o Brassica. Empregavam-no interna e externamente como abstergente
(produto utilizado para limpar ferimentos), e, em forma de cataplasmas, no tratamento de feridas
dos seus legionários”. Balbach & Boarim (1993) citam a experiência de vários outros médicos Dr.
Racoule, Dr. Gautier e Dr. Teófilos, segundo os quais o Brassica poderia ser indicado no tratamento
de várias feridas como cicatrização de abscessos; cefalgias idiotípicas, independentes de febre
ou distúrbios intestinais, bem como dores reumáticas e reumatóides; tumores; prevenção de
tuberculose; auxílio em casos de afonia; desnutrição; anemia; enfermidades do estômago; úlceras
internas; hemorróidas; alcoolismo; gota; reumatismo entre outros. Estes médicos mencionam
vários casos em que a Brassica foi utilizada com sucesso no tratamento de feridas, outros relatos
foram registrados pelo botânico suíço Camille Droz, dentre os quais é interessante mencionar a
história do Pastor Lovint (Droz, 1995, copiado do livro: “Von den wunderbaren Sellwirkungen des
Kohlblattes”), de Besançon na França, que relata o fato de um menino do século XIX que havia
caído da carroça. A roda passou por cima da perna dele e levaram o menino para casa. Dois
médicos o examinaram e concluíram que havia necessidade de amputar a perna do menino. O
cirurgião confirmou o diagnóstico e marcaram a cirurgia para o dia seguinte. Ao acordar, o menino
gritou: “Mãe, posso mexer a perna”. Quando chegou um dos médicos que iria realizar a amputação,
a mãe disse: “Não vai ser preciso, ele está bom”. “Impossível!”, disse o médico, tirando as folhas de
Brassica. Elas estavam encharcadas de um líquido sanguinolento. O inchaço havia desaparecido e
a cor da perna estava normal. Oito dias depois, o menino voltou a trabalhar.
Este conhecimento do século XIX, de origem européia, chegou ao conhecimento de
enfermeiras em Governador Valadares a partir do artigo publicado pela revista Saúde Comunitária
(Julho, 1995), que traduziu informações do livro de Camille Doz: Von den wunderbaren
Sellwirkungen das Kohlblattes (O maravilhoso efeito curativo do Brassica). Enfermeiras que
atuavam em hospitais no município de Governador Valadares, após tomares conhecimento do
artigo, decidiram “experimentar” emplasto de folhas de Brassicas em pacientes para os quais os
tratamentos convencionais já não apresentavam solução, ou seja, os casos considerados perdidos
pelos médicos dos hospitais. Os resultados obtidos foram tão surpreendentes quanto aqueles
relatados pelos médicos e biólogos do século XIX. Alguns casos foram registrados como pode ser
observado no (Anexo 1). Não obstante os resultados promissores, os médicos não autorizaram
o uso das folhas em pacientes dos hospitais, por não ter conhecimento de pesquisas sobre o
assunto, bem como registros até então, de conhecimento dos médicos. Além disto, a estética do
tratamento com folhas e sua praticidade deixavam a desejar. Estas enfermeiras então procuraram
o farmacêutico responsável pela Doctor Pharma solicitando o desenvolvimento de uma pomada
que fizesse uso das folhas de Brassica. Após investigação na literatura e realizar alguns ensaios
bioquímicos, conseguiu-se chegar à composição de uma pomada com a folha da Brassica, pomada
esta que foi disponibilizada às enfermeiras que fizeram uso da mesma e registraram informalmente
alguns resultados bastante satisfatórios do produto (Anexo 2).
Diante dos resultados obtidos e, em decorrência da demanda pelo produto no mercado
local e regional, onde a pomada já é comercializada em sua forma magistral, a Doctor Pharma
procurou a Universidade Vale do Rio Doce com o objetivo de realizar experimentos que avaliassem
e validassem cientificamente a eficácia do produto, bem como as características microbiológicas e
bioquímicas do mesmo.
Indicações terapêuticas da Brassica
No Brasil, as características terapêuticas do Brassica são pouco conhecidas, limitando-se ao
uso popular de emplasto no tratamento de mastite em mulheres durante o período de amamentação.
Caribe & Campos (1991), fazem menção às propriedades antiinflamatória e cicatrizante do Brassica.
Quanto às indicações, os mesmos autores citam o uso das folhas de Brassica no tratamento de
úlceras gástricas, cefaléias, hemorróidas, dentre outros.
Na literatura alemã são achados vários livros na área de fitoterapia onde são mencionados
diversos fins terapêuticos do Brassica dentre eles no tratamento de problemas estomacais (Weiss,
2005; Pahlow, 2000, Braun & Frohne, 1987, Jänicke et al., 2003, Dragendorff, 1967), tratamento da
frieira entre os dedos dos pés (Weiss, 2005), cicatrizante (Pahlow, 2000, Dragendorff, 1967, Watt &
Breyer-Brandwijk, 1962). O fato é tido como conter o fator anti-úlceras, ou vitamina U (Jänicke et al.,
2003 Pahlow, 2000). Este fator foi primeiramente identificado por Cheney em 1950. Três médicos
americanos (Cheney, Wasler e Miller) em 1956 conseguiram acelerar o processo de cicatrização
em úlceras gástricas a partir de extrato aquoso de folhas de Brassica. Posteriormente este fator
anti-úlcera foi identificado como glucobrassicin (Braun, 1987). O glucobrassicin é o mais abundante
glucosinilato presente nos repolhos brancos e apresentam alta capacidade anti-oxidante, sendo
também o responsável pela atividade.
Descrição das Brassicas
Conforme mencionado por Filgueira (2000), essa espécie apresenta caule curto, direto,
sem ramificações, apresenta folhas arredondadas e cerosas, havendo superposição das folhas
centrais, formando uma “cabeça” compacta. Foi desenvolvido, originalmente, para as condições
européias, fazendo com que temperaturas mais elevadas ocasionem a formação de cabeças pouco
compactadas, ou total ausência de cabeça. Pelo melhoramento genético, foram obtidos cultivares
adaptados a temperaturas elevadas, ampliando conseqüentemente os períodos de plantio e de
colheita.
As brassicáceas (crucíferas) constituem a família botânica que abrange o maior número de
culturas oleráceas, ocupando lugar proeminente na olericultura do centro-sul (Filgueira, 2000).
De acordo com Balbach (1993), a Brassica oleracea é uma espécie de couve com folhas
enoveladas, parecendo um globo, que por sua vez encerra excelentes propriedades medicinais e
nutritivas.
Ainda conforme Balbach (1993) esta espécie contém 25,00 Kcal em 100 gramas de folhas,
93% de água, 4,3% de carboidratos, 1,4% de proteínas, 0,2% de lipídios e 1,1% de sais. Além
destes constituintes encontra-se para cada 100 gramas, 35 mg da cálcio, 14 mg de fósforo, 0,2 mg
de ferro, 4 mg de sódio e 150 mg de potássio (Sociedade Brasileira de Diabetes). É também uma
boa fonte de vitamina C.
A avaliação bromatológica do extrato aquoso de Brassica foi conduzida pelo laboratório de
análise de alimentos da Embrapa Gado de Leite e foram encontrados os seguintes componentes:
matéria seca (0,51%), cinza (0,12%), nitrogênio (0,0116%), fósforo (0,0041%), potássio (0,0488),
cálcio (0,0111), manganês (0,0049), ferro (2.67 ppm), zinco (0,43 ppm), cobre (0,24 ppm), magnésio
(0,97 ppm).
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Pesquisas
DEBRIDAN
Resumo
O tratamento de feridas como úlceras varicosas, hemorróidas, ferimentos em diabéticos,
outros, tem sido feito com uso de pomadas que apresentam alto custo e efeito lento, o que
eleva o custo do tratamento, principalmente para a classe média e baixa. O uso da (Debridan) pomada
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propósito de realizar estudos que documentassem o efeito cicatrizante da (Debridan) pomada de
Brassica e esclarecessem alguns mecanismos com o objetivo de explicar os resultados observado.
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no mercado.
Os produtos da linha Debridan. (pomada e bálsamo) apresentam como diferenciais o fato
de terem princípio ativo natural, não ter registro de nenhum caso de contra-indicação, apresentar
o ótimo efeito debridante, estimular a maior produção de colágenos e contribuir para formação de
cicatrizes com tecidos mais espessos. É uma linha de produto viável de baixo custo com ótima
aplicação e resultados, tendo como principal ativo o extrato fluído obtido da maceração da folha de
Brassica.
Introdução
A saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência
de enfermidade, fazendo parte das necessidades básicas do homem, e por isso tem sido uma
preocupação constante. Para conservá-la ou restaurá-la, vem o homem desde a Antigüidade,
lançando mão dos mais variados recursos, mormente aqueles destinados a evitar e combater
as doenças, sobretudo por meio de fármacos e medicamentos. Essa constante busca de novas
substâncias que potencialmente poderão contribuir para a composição de armas contra as
enfermidades, tem sido cada vez mais crescente (Korolkovas et al., 1982).
Dentre as diversas fontes de fármacos atualmente empregadas, destaca-se o progresso no
setor de substâncias de origem sintética, que se verificou nos últimos trinta anos, representando
essa fonte cerca de 50% da introdução de novos fármacos na terapêutica.
Esse crescimento tende a valorizar o extraordinário papel que as substâncias de origem
natural desempenham e continuam contribuindo no surgimento de novos fármacos a serem
empregadas em terapêutica (Ramalingam e Vogt, 1974; Korolkovas et al., 1982). O Brasil tem
nesta área, em função de sua diversidade biológica, um grande patrimônio a ser pesquisado e
explorado sustentavelmente.
A contribuição de substâncias do reino vegetal no surgimento de novos fármacos é pequena
em relação às sintéticas, mas tem crescido nos últimos anos, face à introdução a novas metodologias
mais eficientes para o estudo de substâncias de origem vegetal, acrescida ao fato de que algumas
espécies estão em processo ou já foram extintas, sem terem sido estudadas quanto à possibilidade
de fornecerem alguma substância farmacologicamente ativa.
Cada vegetal, em essência, deve ser alimento e medicamento. A distinção entre as
substâncias alimentícias, medicamentosas e tóxicas existe somente em relação à dose em que
são empregadas e para que finalidades são recomendadas. A questão se reduz a um oportunismo
científico, que somente a observação pode aconselhar (Morgan, 1982).
O crescimento do mercado de plantas medicinais se deve, principalmente, à grande
tendência da busca por remédios fitoterápicos, vinculada especialmente a fatores socioeconômicos,
de manutenção das tradições, à falência do sistema oficial da saúde, a mudança de paradigmas
humanos e ao desenvolvimento de uma farmacologia natural científica, ética e responsável. O
consumo aumenta também porque os custos são menores e pelo poder de cura.
Os benefícios obtidos com o controle de qualidade, através de testes e ensaios biológicos,
possibilitam que o consumidor usufrua de medicamentos confiáveis, com resultados satisfatórios
e semelhantes aos medicamentos sintéticos, com a vantagem do menor custo. Em decorrência
disto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária vem exigido dos produtos fitoterápicos presentes
no mercado uma série de estudos que comprovem a ação terapêutica destes medicamentos e, ao
mesmo tempo, garanta maior segurança aos usuários em relação a possíveis efeitos colaterais. É
sabido que não só os medicamentos convencionais podem causar danos à saúde humana, como
também os fitoterápicos, quando mal utilizados.
Os dados aqui registrados e apresentados perante a comunidade científica surgiu a partir do
interesse de produzir em escala industrial uma pomada cicatrizante desenvolvida e comercializada
pela Doctor Pharma, farmácia de manipulação. Os resultados promissores obtidos com o uso desta
pomada em sua forma magistral incentivaram a parceria com a Universidade Vale do Rio Doce com
o propósito de avaliar e validar os resultados obtidos com o uso do produto manipulado.
Uso de produtos naturais cicatrizantes
O Brasil possui a maior biodiversidade do planeta, o que, sem dúvida, é uma dádiva divina.
A natureza, além de sua beleza plástica, oferece recursos para a solução de muitos problemas que
afligem a humanidade neste final de milênio. Doenças consideradas incuráveis, como o câncer e
a AIDS, por exemplo, poderão ser erradicadas a partir dos recursos disponíveis na biodiversidade.
Só que esse tesouro precisa ser bem conhecido e conservado para ser utilizado.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 80% da população mundial
utiliza principalmente a medicina tradicional (folclórica) para suprir as necessidades de assistência
médica primária (Farnsworth, 1985). Esse conhecimento etnofarmacológico tem sido usado como
ponto de partida para o delineamento experimental visando a descoberta de novos fármacos
(Elizabetsky, 1987).
A cicatrização de feridas é um processo complexo classicamente dividido em um estágio
inflamatório/degradativo precoce, com pico nas primeiras horas após a injúria, seguido por
granulação e posteriormente por epitelização (Politis & Dmytrowich, 1998).
Segundo Clark (1993), os eventos da cicatrização dos tecidos podem ser divididos em
três fases, que não são mutuamente excludentes, mas sobrepostas no tempo. Estas fases são
nomeadas de inflamação, formação de tecido de granulação com deposição de matriz extracelular
e remodelação tecidual.
O processo de cicatrização é caracterizado pelo preenchimento de determinado espaço
e selado pela cicatriz. Entretanto, este quadro pode ser alterado pela presença ou ausência de
bactérias, tipo de ferida (aberta/fechada), grau de suprimento sanguíneo, tipo de tecido lesado etc
(Majno & Joris, 1996).
A cicatriz passa a apresentar a forma de uma massa fibrosa acrescidas de fibras colágenas.
Observa-se apoptose dos fibroblastos e das células endoteliais, e os eosinófilos, aparecem nas
últimas fases da reparação, presumindo que possam estar ligados a fatores de crescimento (Chiang,
1991).
O controle de qualidade da droga vegetal é imprescindível, pois muitas espécies vegetais
são vendidas sem nenhuma garantia de qualidade, o que favorece desde a venda de espécies
falsificada até o armazenamento inadequado da droga vegetal durante a sua comercialização
(Controle de qualidade de ervas medicinais - Revista Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento,
Edição nº 31, Julho/Dezembro de 2003).
Dentre as substâncias naturais mais amplamente utilizadas para a cicatrização de feridas
cutâneas, destacam-se o mel (Oryan & Zaker, 1998), a própolis (Silveira & Raízes, 1995), e as
folhas de Aloe Vera (Chithra et al., 1995), várias plantas são também empregadas como Alecrim,
Babosa, Barba-Timão, Calêndula, Cardo-Santo, Confrei, Espinheira-Santa, Guaçatonga, Mil-Folhas,
Parietária, Rubim, Tanchagem. Vários destes produtos, apesar de serem amplamente utilizados
carecem de estudos mais profundos nos aspectos clínicos e farmacotécnicos.
Uso Medicinal das Brassicas em Governador Valadares
Balbach e Boarim (1993) fazem referência do uso da Brassica no tratamento de diversas
enfermidades como abscessos, hemorróidas, nevralgias faciais e dentárias, distúrbios intestinais
e ferimentos em geral. Estes autores (Balbach & Boarim (1993)) fazem menção a informações
provenientes do ano de 1881, quando o Dr. Blanc, da Universidade de Paris publicou obra clássica
sobre uso do Brassica, intitulada “Les propriétès médicales de la feville de chou” (As propriedades
medicinais da folha de Brassica) do qual é extraído o texto que segue: “O Brassica poderia ser na
terapêutica o que o pão é na alimentação. O Brassica é o médico dos pobres. O Brassica é um
medicamento de grande eficácia e de larga possibilidade de aplicação. Esta afirmação repousa
sobre ricas experiências próprias. Os romanos, durante seis séculos, não conheciam, por assim
dizer, outro remédio a não ser o Brassica. Empregavam-no interna e externamente como abstergente
(produto utilizado para limpar ferimentos), e, em forma de cataplasmas, no tratamento de feridas
dos seus legionários”. Balbach & Boarim (1993) citam a experiência de vários outros médicos Dr.
Racoule, Dr. Gautier e Dr. Teófilos, segundo os quais o Brassica poderia ser indicado no tratamento
de várias feridas como cicatrização de abscessos; cefalgias idiotípicas, independentes de febre
ou distúrbios intestinais, bem como dores reumáticas e reumatóides; tumores; prevenção de
tuberculose; auxílio em casos de afonia; desnutrição; anemia; enfermidades do estômago; úlceras
internas; hemorróidas; alcoolismo; gota; reumatismo entre outros. Estes médicos mencionam
vários casos em que a Brassica foi utilizada com sucesso no tratamento de feridas, outros relatos
foram registrados pelo botânico suíço Camille Droz, dentre os quais é interessante mencionar a
história do Pastor Lovint (Droz, 1995, copiado do livro: “Von den wunderbaren Sellwirkungen des
Kohlblattes”), de Besançon na França, que relata o fato de um menino do século XIX que havia
caído da carroça. A roda passou por cima da perna dele e levaram o menino para casa. Dois
médicos o examinaram e concluíram que havia necessidade de amputar a perna do menino. O
cirurgião confirmou o diagnóstico e marcaram a cirurgia para o dia seguinte. Ao acordar, o menino
gritou: “Mãe, posso mexer a perna”. Quando chegou um dos médicos que iria realizar a amputação,
a mãe disse: “Não vai ser preciso, ele está bom”. “Impossível!”, disse o médico, tirando as folhas de
Brassica. Elas estavam encharcadas de um líquido sanguinolento. O inchaço havia desaparecido e
a cor da perna estava normal. Oito dias depois, o menino voltou a trabalhar.
Este conhecimento do século XIX, de origem européia, chegou ao conhecimento de
enfermeiras em Governador Valadares a partir do artigo publicado pela revista Saúde Comunitária
(Julho, 1995), que traduziu informações do livro de Camille Doz: Von den wunderbaren
Sellwirkungen das Kohlblattes (O maravilhoso efeito curativo do Brassica). Enfermeiras que
atuavam em hospitais no município de Governador Valadares, após tomares conhecimento do
artigo, decidiram “experimentar” emplasto de folhas de Brassicas em pacientes para os quais os
tratamentos convencionais já não apresentavam solução, ou seja, os casos considerados perdidos
pelos médicos dos hospitais. Os resultados obtidos foram tão surpreendentes quanto aqueles
relatados pelos médicos e biólogos do século XIX. Alguns casos foram registrados como pode ser
observado no (Anexo 1). Não obstante os resultados promissores, os médicos não autorizaram
o uso das folhas em pacientes dos hospitais, por não ter conhecimento de pesquisas sobre o
assunto, bem como registros até então, de conhecimento dos médicos. Além disto, a estética do
tratamento com folhas e sua praticidade deixavam a desejar. Estas enfermeiras então procuraram
o farmacêutico responsável pela Doctor Pharma solicitando o desenvolvimento de uma pomada
que fizesse uso das folhas de Brassica. Após investigação na literatura e realizar alguns ensaios
bioquímicos, conseguiu-se chegar à composição de uma pomada com a folha da Brassica, pomada
esta que foi disponibilizada às enfermeiras que fizeram uso da mesma e registraram informalmente
alguns resultados bastante satisfatórios do produto (Anexo 2).
Diante dos resultados obtidos e, em decorrência da demanda pelo produto no mercado
local e regional, onde a pomada já é comercializada em sua forma magistral, a Doctor Pharma
procurou a Universidade Vale do Rio Doce com o objetivo de realizar experimentos que avaliassem
e validassem cientificamente a eficácia do produto, bem como as características microbiológicas e
bioquímicas do mesmo.
Indicações terapêuticas da Brassica
No Brasil, as características terapêuticas do Brassica são pouco conhecidas, limitando-se ao
uso popular de emplasto no tratamento de mastite em mulheres durante o período de amamentação.
Caribe & Campos (1991), fazem menção às propriedades antiinflamatória e cicatrizante do Brassica.
Quanto às indicações, os mesmos autores citam o uso das folhas de Brassica no tratamento de
úlceras gástricas, cefaléias, hemorróidas, dentre outros.
Na literatura alemã são achados vários livros na área de fitoterapia onde são mencionados
diversos fins terapêuticos do Brassica dentre eles no tratamento de problemas estomacais (Weiss,
2005; Pahlow, 2000, Braun & Frohne, 1987, Jänicke et al., 2003, Dragendorff, 1967), tratamento da
frieira entre os dedos dos pés (Weiss, 2005), cicatrizante (Pahlow, 2000, Dragendorff, 1967, Watt &
Breyer-Brandwijk, 1962). O fato é tido como conter o fator anti-úlceras, ou vitamina U (Jänicke et al.,
2003 Pahlow, 2000). Este fator foi primeiramente identificado por Cheney em 1950. Três médicos
americanos (Cheney, Wasler e Miller) em 1956 conseguiram acelerar o processo de cicatrização
em úlceras gástricas a partir de extrato aquoso de folhas de Brassica. Posteriormente este fator
anti-úlcera foi identificado como glucobrassicin (Braun, 1987). O glucobrassicin é o mais abundante
glucosinilato presente nos repolhos brancos e apresentam alta capacidade anti-oxidante, sendo
também o responsável pela atividade.
Descrição das Brassicas
Conforme mencionado por Filgueira (2000), essa espécie apresenta caule curto, direto,
sem ramificações, apresenta folhas arredondadas e cerosas, havendo superposição das folhas
centrais, formando uma “cabeça” compacta. Foi desenvolvido, originalmente, para as condições
européias, fazendo com que temperaturas mais elevadas ocasionem a formação de cabeças pouco
compactadas, ou total ausência de cabeça. Pelo melhoramento genético, foram obtidos cultivares
adaptados a temperaturas elevadas, ampliando conseqüentemente os períodos de plantio e de
colheita.
As brassicáceas (crucíferas) constituem a família botânica que abrange o maior número de
culturas oleráceas, ocupando lugar proeminente na olericultura do centro-sul (Filgueira, 2000).
De acordo com Balbach (1993), a Brassica oleracea é uma espécie de couve com folhas
enoveladas, parecendo um globo, que por sua vez encerra excelentes propriedades medicinais e
nutritivas.
Ainda conforme Balbach (1993) esta espécie contém 25,00 Kcal em 100 gramas de folhas,
93% de água, 4,3% de carboidratos, 1,4% de proteínas, 0,2% de lipídios e 1,1% de sais. Além
destes constituintes encontra-se para cada 100 gramas, 35 mg da cálcio, 14 mg de fósforo, 0,2 mg
de ferro, 4 mg de sódio e 150 mg de potássio (Sociedade Brasileira de Diabetes). É também uma
boa fonte de vitamina C.
A avaliação bromatológica do extrato aquoso de Brassica foi conduzida pelo laboratório de
análise de alimentos da Embrapa Gado de Leite e foram encontrados os seguintes componentes:
matéria seca (0,51%), cinza (0,12%), nitrogênio (0,0116%), fósforo (0,0041%), potássio (0,0488),
cálcio (0,0111), manganês (0,0049), ferro (2.67 ppm), zinco (0,43 ppm), cobre (0,24 ppm), magnésio
(0,97 ppm).
Ensaio de Toxicidade com uso de Artemia salina.
Preparou-se a Solução Salina de Eclosão (SSE) ou água do mar artificial, onde os “ovos”
ou cistos de Artemia salina foram colocados para eclodir em um recipiente, que foi devidamente
iluminado externamente com uma lâmpada de 60w. Após 48 horas, foram feitos os ensaio em
triplicata. Foram utilizados tubos de ensaio ambientados com (SSE) e identificados com as
respectivas concentrações 1%, 1,25%, 2,5%, 5%, 7,5%, 10% do extrato aquoso de Brassica a
10%, e o controle negativo (SSE). Foram acrescentados aproximadamente 2mL de SSE, aos
quais foram transferidos em seguida 12-20 artêmias para cada tubo, adicionado o extrato aquoso
na concentração desejada, e completado o volume final para 5 mL. As artêmias permaneceram
sob iluminação por mais 24 horas e o número de microcrustáceo sobreviventes e totais foi então
determinado com auxílio de lupa. Os dados obtidos foram processados e o valor de DL50 estimado
com base na equação de regressão que melhor se ajustou aos dados.
A utilização de bioensaios com o microcrustáceo marinho A.
salina, permiti a avaliação da toxicidade do extrato. À curva de mortalidade da Artêmia em função
da concentração de extrato foram ajustados vários modelos. O modelo que melhor se ajustou aos
dados foi o linear simples, com coeficiente de determinação da regressão (R2) igual a 0,97 (Figura
2.1).
Com base na equação ajustada a partir dos dados da Figura 2.1, foi possível estimar a DL50 do
extrato testado, que apresentou valor igual a 5,2 µg/mL. De acordo com a literatura, substâncias
que apresentem DL50 =100 ug/ml é comparável às duas substâncias mais ativas quanto a toxicidade
que são a camptotecina e o sulfato de vincristina. Enquanto aquelas que apresentarem a DL50 =
1000ug/ml são consideradas inativas quanto à toxicidade (David, et al., 2001).
Testes pré-clínicos em cobaias (Cavia cobaya)
Nos ensaios clínicos em cobaias, foram realizados três ensaios:
a) O primeiro teve como propósito o ajuste inicial de metodologia. Neste ensaio foram testadas
pomada Debridan., e uma loção comercial à base de óleo de girassol (Dersane.). Os testes
foram realizados em seis cobaios albinos (Cavia cobaya), com peso variando de 500-600
gramas em ensaio de triplicata. Cada animal foi depilado mecanicamente na região dorsal
direita, recebendo anestesia local infiltrativa na dose de 0,5 mL de lidocaina 2% + fenilefrina
1:1000, e uma incisão cirúrgica de aproximadamente 2,0 cm2 de área, com remoção total
dos tecidos epidérmico e subcutâneo. Posteriormente, os animais foram tratados com os
produtos em teste, aplicados duas vezes por dia até o final do processo. As feridas cirúrgicas
foram medidas diariamente, por meio de um paquímetro, até sua cicatrização total.
0,01,02,03,04,05,06,00710141619212628Tempo (dias)
Área da Lesão (cm2)
Figura 4. Evolução do processo de cicatrização de ferimentos cirúrgicos em Cavia cobaya,
tratados com a pomada Debridan.. (n = 3).
0,01,02,03,04,05,06,00710141619212628Tempo (dias)
Área da Lesão (cm2)
Figura 5. Evolução do processo de cicatrização de ferimentos cirúrgicos em Cavia cobaya,
tratados com Dersane.. (n = 3).
Este ensaio mostrou que a curva de cicatrização das feridas tratadas com ambos os
produtos, foram semelhantes. No caso da pomada Debridan.. (Figura 4), foi observado um
processo inflamatório inicial, o que resultou no aumento da área das lesões no início do
processo. Independente do tratamento, alguns animais apresentaram-se febris, mas em
nenhum caso foi necessária a aplicação de antibiótico durante o tratamento.
O ensaio realizado mostrou-se viável, visto que o processo de cicatrização completou
no prazo descrito pela literatura, ou seja, com duração variando de 25 a 28 dias. Não houve
perda de animais durante a condução dos ensaios.
b) No segundo ensaio foram realizados três tratamentos com três repetições por tratamento.
Utilizaram-se nove cobaios albinos adultos, de ambos os sexos, pesando cerca de 700g,
divididos em grupos de três indivíduos. O primeiro grupo recebeu pomada Debridan., o
segundo pomada cicatrizante Kolagenase. e o terceiro, solução salina de NaCl 0,9g% (grupo
controle ou não tratado). Cada animal foi depilado no dorso lateral, tendo recebido anestesia
local de lidocaína 2% + fenilefrina. As feridas cirúrgicas variaram de 2-4cm2de área, tendo
sido removidos a pele e o tecido subcutâneo. Logo após foram tratados com os produtos
citados anteriormente, duas vezes ao dia, até haver a cicatrização completa. Foram feitas
medições das feridas diariamente e a pesagem duas vezes na semana.
A curva média de cicatrização dos ferimentos submetidos aos diferentes tratamentos pode
ser observada na Figura 6. Nos animais monitorados, a cicatrização também ocorreu por
volta de vinte dias, semelhantemente ao experimento anterior. O grupo sem tratamento,
porém com lavagem do ferimento com solução salina (controle), foi o que teve o processo de
cicatrização mais demorado. Com base na curva de evolução de cicatrização, foi possível
estimar as taxas de cicatrização em cada tratamento, com auxílio do modelo linear, conforme
mostra a Tabela 1.
01000020000300004000050000600007000012345678910111213141516Tempo (dias)
Área da Lesão (mm2)
ControleKollagenaseBrassica
Figura 6. Evolução do processo de cicatrização de ferimentos cirúrgicos em Cavia cobaya,
tratados com loção Dersane. pomada Kollagenase., pomada Debridan. e
somente com solução salina (sem tratamento ou controle), (n = 3).
Tabela 1. Valores da taxa média de cicatrização calculados para cada tratamento,
e o valor do coeficiente de determinação da regressão (R2).
Tratamentos
Repetição
Taxa de cicatrização
em (mm2/dia)
R2
1
-7428,9
0,91
Kolagenase.
2
-6910,0
0,95
3
-6262,5
0,94
Debridan.
1
-6263,6
0,93
2
-6660,2
0,96
3
-6461,0
0,96
1
-2545,4
0,93
Controle
2
-2242,9
0,87
3
-5580,7
0,95
Em todos os casos, foi considerado o modelo linear: y = a + bx.
Os valores da taxa estimada para cada tratamento foram comparados estatisticamente
pelo teste de média estabelecido por Tukey, o que permitiu verificar que as taxas de cicatrização
obtidas com uso da pomada Debridan. e a Kollagenase. não diferiram significativamente
entre si. Ambas as taxas porém foram maiores que a taxa observada no tratamento controle
(Tabela 2).
Tabela 2. Comparação entre as taxas de cicatrização estimadas pela regressão linear
simples para os tratamentos com pomada Kollagenase., pomada Debridan. e
controle (sem tratamento).
Tratamentos
Taxa de cicatrização média (mm2/dia)
Pombada Kollagenase.
Pomada Debridan.
Solução salina (controle)
6866,67 A
6461,33 A
3456,67 B
obs.: Média seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo
teste de Tukey (0,05)
c) No terceiro ensaio foram realizados quatro tratamentos com seis repetições por tratamento.
Utilizaram-se 24 cobaios albinos adultos, de ambos os sexos, pesando cerca de 700g,
divididos em quatro grupos de seis indivíduos. O primeiro grupo recebeu solução salina de
NaCl 0,9g% (grupo controle ou não tratado), o segundo grupo de animais foi tratado com
pomada Debridan., os animais do terceiro grupo foram tratados com o veículo da pomada,
sem a adição do extrato de Brassica e os animais do quarto grupo foram tratados com
pomada cicatrizante Kolagenase.. Cada animal foi depilado no dorso lateral, tendo recebido
anestesia local de lidocaína 2% + fenilefrina. As feridas cirúrgicas variaram de 2-4cm2de
área, tendo sido removidos a pele e o tecido subcutâneo. Logo após foram tratados com
os produtos citados anteriormente, duas vezes ao dia, até haver a cicatrização completa.
Foram feitas medições das feridas diariamente e a pesagem duas vezes na semana.
A evolução do processo de cicatrização para cada tratamento pode ser observado na Figura
7. O processo de cicatrização teve duração em torno de 20 dias, como nos experimentos
anteriores, porém a partir do décimo quarto dia alguns animais iniciaram a morrer independente
do tratamento recebido. Sendo assim, para evitar erros estatísticos, as análises foram feitas
considerando somente os dados observados em todos os animais o que foi obtido até o
décimo terceiro dia.
0,001,002,003,004,005,006,002345678910111213DiasÁrea da Lesão (cm2)
ControleFitoderminVeiculoKollagagenase
Figura 7. Evolução do processo de cicatrização de ferimentos cirúrgicos em Cavia cobaya,
tratados com pomada Kollagenase., (Debridan) pomada de Brassica sp,
veículo da pomada Debridan. e solução salina (sem tratamento ou controle).
(n = 3).
Semelhante aos demais ensaios, as taxas de cicatrização foram estimadas pelo
modelo linear (y = a + bx) e comparadas entre si pelo teste de Tukey (p=0,05). O resultado
pode ser observado na tabela 3. Pelos resultados obtidos, a cicatrização obtida somente com
o tratamento do veículo foi igual à taxa da (Debridan) pomada de Brassica e à Kollagenase.
No entanto, os tratamentos com Kollagenase e Brassica não diferiram estatisticamente do
tratamento controle. Este resultado pode ter sido influenciado pela morte de alguns indivíduos
durante a condução do experimento, o que levou à redução do grau de liberdade do erro.
Por outro lado, uso da pomada à base de Brassica manipulada em farmácias Governador
Valadares foi acompanhada por meio de questionários aplicados a profissionais da área de
saúde (enfermeiros e médicos), bem como junto a usuários do medicamento. Os melhores
resultados obtidos com a (Debridan) pomada de Brassica foram observados em pacientes
que apresentaram algumas enfermidades como diabete e úlceras varicosas. Sendo assim, é
possível que a discriminação entre os tratamentos fosse feita de maneira mais eficiente em
animais de laboratórios com alguma enfermidade que dificulte o processo de cicatrização,
como é o caso de diabetes.
Tabela 3. Comparação entre as taxas de cicatrização estimadas pela regressão linear simples
para os tratamentos com pomada Kollagenase., pomada Debridan., veículo da
pomada Debridan. e controle (sem tratamento).
Tratamentos
Taxa de cicatrização média (cm2/dia)
Veículo do Debridan.
Pomada Debridan..
Pombada Kollagenase.
Sem tratamento (controle)
0,3585 A
0,2753 AB
0,2723 AB
0,1987 B
Obs.: Média seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de
Tukey (0,05)
Estudos histoquímicos em Ratos Wister
As análises histológicas foram realizadas no Laboratório de Biologia Estrutural do
Departamento de Biologia Geral/Universidade Federal de Viçosa. Em intervalos regulares de quatro
dias, os animais foram sedados com éter e fragmentos de tecidos foram coletados das feridas,
contendo uma pequena margem de pele íntegra (Coninck, 1996).
Os fragmentos de tecidos foram fixados isoladamente em solução contendo formaldeído
10% em tampão fosfato de sódio 0,1M, pH 7,4 por 24 horas. Em seguida foram utilizados os
procedimentos rotineiros para inclusão em parafina seguindo as seguintes etapas:
Desidratação em etanol (70%, 80%, 90%,100%, sendo neste último três vezes), diafanização
(xilol I, II, III), infiltração (parafina histológica I, II, III) e emblocamento. Foram obtidos cortes de
4µm em micrótomo rotativo (Reichert-Jung 2045 Multicut®, Germany) os quais foram corados
com picrosírius e hematoxilina e eosina. O picrosírius baseia-se na utilização do sírius-red que
é um corante vermelho-escuro, fortemente ácido. Quando os tecidos são corados com sírius-red
seus grupamentos sulfônicos reagem com os grupamentos amínicos das moléculas de lisina do
colágeno, aumentando a birrefringência apresentada na polarização. Após a desparafinização
e hidratação, as preparações foram coradas pelo sirius-red durante 1 hora, lavadas em água
destilada, contracoradas com hematoxilina por 6 minutos, lavadas em água corrente, desidratadas,
diafanizadas e montadas (Junqueira & Carneiro, 2004). Foram obtidas imagens em microscópio
de polarização e avaliadas a quantidade de fibras colágenas dos tipos I e III presentes antes e
após o tratamento. A documentação da imagem foi realizada no mesmo aparelho onde foram
feitas as análises (Fotomicroscópio Olympus AX-70®). A partir de cada amostra foram capturadas
quatro imagens de diferentes regiões do campo histológico. A análise foi feita usando o programa
QuantPoro que diferencia as fibras pelas cores vermelho, verde e azul. Os intervalos que definiram
a identificação das cores vermelho, amarelo, verde e preto foram previamente padronizados e
depois utilizados em todas as imagens obtidas. A cor vermelha e amarela representaram as fibras
colágenas do tipo I, o verde representou as fibras colágenas do tipo III, e o preto representou
regiões onde não foram encontradas nenhum tipo de fibra. O programa fornecia a porcentagem de
cada cor, os dados eram anotados em planilha.
Os valores encontrados nas análises feita através do programa QuantPoro (que diferencia
as fibras do tipo I e III pelas cores), não demonstraram diferença significativa quando submetidos
ao teste de Tukey (P>0,05). Apesar disso, as imagens de fragmentos de pele sob polarização,
mostraram maior número de fibras colágenas tipo III (Figura 8), nos tecidos dos animais que
receberam tratamento com o bálsamo, porém nos ultimos cinco dias apresentou-se um declíneo
indicando a ação das colagenases neste tipo de colágeno o qual será substituido pelo colágeno
tipo I (Dantas & Siqueira Júnior, 2000) que é mais espesso sendo também o tipo de colágeno mais
abundante em nosso organismo (Junqueira et al., 2004; Biondo-Simões et al, 2006). O colágeno
tipo III é o colágeno que surge precocemente e, portanto, o tipo mais comum nas cicatrizes imaturas
(Tenius et al., 2007). O colágeno tipo I também foi encontrado em maior quantidade nos tecido dos
animais tratados com bálsamo que nos demais tratamentos apresentando uma curva crescente
(Figura 9), enquanto os animais tratados com Dersani® e Debridan® pomada apresentaram uma
curva estável nos últimos cinco dias. Os tecidos cujos animais foram tratados com solução salina
0,9% apresentaram uma curva em declínio quando analisado o colágeno tipo I (Figura 9).
0510152025300510152025DiasFibras colágenas III (%)
BálsamoPomadaDersaniSalina
Figura 8 - Valores médios da contagem de fibras colágenas tipo III dos animais em função do
tempo e dos diferentes tratamentos.
Não existem relatos a respeito do efeito da Brassica sp sobre o colágeno, no entanto alguns
experimentos foram realizados analisando fatores como hipotireoidismo e idade, observando-se
menor concentração de colágeno tipo I nas cicatrizes dos animais hipotireoideanos, tanto jovens
quanto velhos no 7.º dia de experimento, sendo a baixa concentração de colágeno tipo III, mais
importante, encontrada nas cicatrizes dos animais velhos analisadas com 14 dias (Biondo-Simões
et al., 2005). Outra variável analisada foi a presença de carcinomas no qual o colágeno do tipo
I foi observado presença mais intensa nos tumores menos agressivos (Martins et al.,2003), e a
influencia da irradiação onde o maior número de fibras colágenas tipo III foi observado nos tecidos
obtidos de animais que receberam irradiação com laser GaAsAl 30J/cm2 e as fibras colágenas tipo
I foi igual nos diferentes tratamentos (Gonçalves, 2006).
0510152025300510152025DiasFibras colágenas I (%)
BálsamoPomadaDersaniSalina
Figura 9 - Valores médios da contagem de fibras colágenas tipo I dos animais em função do tempo
e dos diferentes tratamentos.
Os animais tratados com Dersani® apresentaram inicialmente um perfil de produção de fibras
colágenas tipo I e III semelhante ao dos animais tratados com salina, mas esse perfil mudou a partir
do 12º dia onde o grupo Dersani® apresentou uma queda e o da salina um aumento dessas fibras. A
pomada Debridan®, tanto para o colágeno tipo I como para o tipo III manteve uma curva com ligeiro
crescimento.
Outro fator importante além da quantidade de colágeno é a organização dessas fibras, o
que podemos observar na Figura 10. Nesta figura são observadas fotomicrografias de secções
histológicas de pele de ratos Wistar obtidas no 20º dia do experimento. Observa-se a presença de
fibras colágenas tipo I e fibras colágenas tipo III e sua distribuição. As fibras em vermelho são fibras
colágenas do tipo I e as fibras em verde e amarelo representam as fibras de colágeno tipo III. As
regiões que aparecem escuras representam área onde não foram evidenciadas fibras de colágeno.
Na figura 10.1, obtida dos animais tratados com o bálsamo Debridan®, observa-se fibras colágenas
mais organizadas e espessas.
De acordo com Biondo-Simões (2005), a resistência da cicatriz seria dependente tanto da
quantidade de colágeno como da organização do mesmo. Observa-se também maior quantidade de
fibras colágenas do tipo I; Na Figura 10.2, representando secções de pele de animais que receberam
tratamento com pomada Debridan®, pode-se observar predominância de fibras colágenas do tipo III,
enquanto as fibras colágenas do tipo I são observadas em menor quantidade. Quando comparado
ao grupo tratado com salina, os animais tratados com Dersani® não apresentaram diferenças em
relação às fibras de colágeno tipo I e III, mas quanto a organização das fibras, o Dersani® apresenta
melhor disposição das mesmas (Figura 10.3 e 10.4).
Figura 10 - Secções histológicas de pele de ratos Wistar no 20º dia do experimento (PSP),
barra: 10µm. 1 – Debridan® bálsamo; 2 – Debridan® pomada; 3 - Dersani®; 4
- Salina.
Comparando-se as diferentes formulações de Brassica observa-se que o Debridan® bálsamo
induziu a maior quantidade de colágeno I e III. Quando comparado aos controles encontramos no
tratamento com bálsamo além de maior quantidade de fibras colágenas, melhor organização das
fibras.
Levantamento do uso de Debridan® no município de Governador Valadares, Minas Gerais
O Debridan® vêm sendo utilizada em forma de pomada no tratamento de feridas há mais
de sete anos, em diversos tipos de ferimentos. Atualmente, a pomada Debridan® é produzida pela
Phytosanté Ltda.
Para a realização do levantamento do uso da pomada Debridan®, foram aplicados 50
questionários de forma aleatória, onde 25 foram direcionados a pessoas que fizeram uso da pomada
e 25 direcionados a profissionais da área de saúde (médicos e enfermeiros) que atuam no Programa
de Saúde da Família de Governador Valadares – MG e que indicaram da pomada. Os questionários
procuraram levantar informações quanto à enfermidade tratada, duração do tratamento, forma de
aplicação, número de vezes em que pomada era aplicada no ferimento, tipo de acompanhamento
recebido, satisfação com o produto, dentre outras. As entrevistas aos profissionais de saúde foram
realizadas somente com aqueles que indicaram o produto e acompanharam a evolução do tratamento.
Após a aplicação dos questionários os dados foram tabulados e analisados graficamente.
Com base no levantamento feito foi possível identificar várias indicações para a pomada
Debridan®, tais como o tratamento de úlceras, queimaduras, abscessos, traumatismos, infecções,
feridas cirúrgicas, amputações e também ferida decorrente de diabetes A busca e
intensificação do uso de plantas in natura pela população, para fins medicinais, ocorre até mesmo
nas sociedades mais industrializadas. Este fator pode caracterizar, desconhecimento científico e
queda sócio-econômica (Miguel & Miguel 2000).
Os pacientes com diabetes apresentam alguns sintomas como boca seca, sede intensa,
fome exagerada, diurese excessiva, fraqueza, maior susceptibilidade a infecções e cicatrização
demorada. Para estes pacientes, o Debridan® pomada vem apresentando alto potencial de uso,
sendo a segunda maior indicação levantada O uso de folhas na forma de emplastos,
conforme foi introduzido na região pelo artigo de Droz (1995) foi observado em 18 casos. Por outro
lado, o produto em sua forma de pomada foi constatado em 22 casos. Estes dados mostram a
tendência crescente do uso da pomada em decorrência de vários fatores como praticidade, higiene
e controle de qualidade.
A posologia da pomada variou de uma vez a mais de três vezes ao dia. Contudo, o uso mais
freqüente é de 2 a 3 vezes ao dia.
Seis profissionais entrevistados tinham o costume de acompanhar a evolução dos pacientes
tratados com Debridan®. Cinco profissionais, além de acompanhar, fizeram o registro da evolução
do tratamento com fotos de alguns pacientes, e somente quatro não realizaram o acompanhamento
do tratamento de forma mais detalhada.
A maior parte dos tratamentos com Debridan® pomada era de longa duração ,
com tempo de tratamento variando de uma a quatro semanas. Este dado é um indicativo do fato de
que o produto tem sido destinado para os casos de tratamentos mais complicados, para os quais
os produtos convencionais apresentam poucos resultados. Nos casos mais graves, observou-se
que pelo menos cinco pacientes tiveram duração do tratamento maior que quatro semanas.
Em nenhum dos casos acompanhados foram percebidas evidências de efeitos colaterais ou
alergias ao produto. A alergia a alguns produtos cicatrizantes normalmente comercializados pode
ser desencadeada pela presença de antibióticos na composição dos mesmos, o que vem indicado
na bula.
Em todos os casos registrados o tratamento com Debridan® foi bem sucedido, indicando
a viabilidade do produto para o tratamento de diferentes ferimentos em pele. Os resultados
deste levantamento fármaco epidemiológico, estão em harmonia com os ensaios em condições
controladas conforme anteriormente citado.
Conclusões
A partir da técnica de extração e quantificação, foi estabelecida que a Brassica apresenta
5,9% de proteína.
A proteína presente na Brassica apresentou peso molecular de 58,9kDa.
Os resultados observados sugerem que o Debridan® apresenta atividade debridante.
O extrato de Brassica apresentou baixa toxicidade em Artemia salina, o que é transportável
para o ser humano.
Os resultados obtidos sugerem que a pomada Debridan® apresentou efeito cicatrizante nos
pacientes que fizeram uso da mesma no tratamento de úlceras varicosas, ferimentos em diabéticos
e ferimentos originados por variados tipos de cirurgias. A possibilidade do uso desta pomada em
diabéticos é interessante em decorrência da demanda por este tipo de tratamento.
No levantamento de uso e nos casos clínicos acompanhados, a pomada Debridan® não
apresentou efeitos colaterais. O produto também foi eficiente cicatrizante.
Quando avaliada em coelhos, ratos e cobaias, a pomada Debridan® comportou-se de forma
similar às demais pomadas disponíveis no mercado como a Kollagenase e o Dersane, e em alguns
casos, apresentando superioridade no aspecto indução de colágeno e velocidade de cicatrização.
As feridas dos animais tratadas com Debridan® bálsamo apresentaram maior quantidade
e melhor organização das fibras colágenas. Esses dados evidenciam que Debridan® bálsamo
promove maior eficiência na cicatrização, aumentando a proliferação de fibras colágenas tipo III,
acelerando assim a deposição do colágeno I.
Os ensaios realizados sob condições controladas em animais mostraram Debridan®
é suficiente para garantir a conclusão dos processos de cicatrização das feridas feitas e o total
restabelecimento dos tecidos lesionados.
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