quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PARALISIA FACIAL DE BELL

PARALISIA FACIAL DE BELL
novembro 12, 2011
Quando o paciente, de uma hora para outra e sem causa aparente, nota no espelho que sua boca desviou para o lado, um dos olhos não fecha e também não consegue enrugar a testa,e ao beber agua,a mesma escorre pelo canto da bôca,  já pensa que algo de muito grave lhe aconteceu e que sua vida pode estar correndo perigo, principalmente por saber que um derrame cerebral pode provocar um desvio da boca.
Mas é muito importante diferenciar uma paralisia da face quando a mesma é provocada por um derrame cerebral (AVC), da paralisia que é o tema central deste texto, chamada paralisia facial periférica.
A paralisia da face provocada por um AVC é também chamada de paralisia facial central, onde comumente observamos um desvio da boca, sendo que o olho e a testa mantém-se normais. Junto também temos perda de força do braço e perna opostos ao lado do desvio da boca, sendo essa uma doença grave, considerada emergência médica.
Já a paralisia facial periférica é uma doença do nervo responsável pela inervação dos músculos da face, que vão dar a expressão (mímica) da mesma, chamado de nervo facial ou VII par de nervos cranianos.
Na paralisia facial periférica, toda a hemiface inervada pelo nervo lesado fica paralisada, não enrugando a testa, não fechando o olho e a boca desviando para o lado sadio,a pessoa acometida logo percebe ao beber agua.
Esta é uma doença benigna, que na maioria dos casos evoluirá para a cura, sem risco de vida ao paciente. Mas a necessidade de um acompanhamento médico precoce é importante para uma boa evolução da doença, bem como a detecção dos casos de mau prognóstico.
Várias são as causas de uma paralisia facial periférica, tais como: um trauma na face, uma infecção do nervo facial por vírus ou bactéria, uma infecção de ouvido, pós cirurgia otológica ou da glândula salivar parótida, dentre tantas outras. Mas a causa mais comum (50%) desse tipo de paralisia é desconhecida, sendo chamada de paralisia facial periférica idiopática ou paralisia de Bell; o que se sabe é que ocorre uma inflamação do nervo e o mesmo passa a ter um funcionamento deficiente, como se fosse desligado. A partir daí vão se instalar os sinais acima referidos.
Outros sinais e sintomas podem acompanhar o quadro como: alteração do paladar; diminuição ou aumento das lágrimas no olho que não fecha; formigamento e dor na hemiface acometida.
Qual a maior preocupação do médico após instalada a paralisia facial periférica?
Como o olho do paciente não se fecha por completo, ocorrerá um ressecamento da conjuntiva do olho afetado, com risco de lesão da córnea, havendo a necessidade, já na primeira consulta, de o paciente passar a fazer uso de colírio (um tipo de lágrima artificial) e uma pomada, como proteção ocular.
Como é a evolução da paralisia facial periférica?
A instalação da paralisia normalmente é súbita, mas a melhora se dá de maneira demorada, podendo levar alguns meses, devendo o doente ser colaborativo com a terapêutica. Alguns testes são necessários para avaliar a vitalidade do nervo.
Em 90% dos casos ocorrerá cura total apenas com os cuidados referidos abaixo, mas em 2% é necessário uma cirurgia que visa abrir o canal ósseo que o nervo facial percorre dentro do ouvido, para que o mesmo possa recuperar-se mais rapidamente. O médico  indicado para acompanhar a maioria dos casos de paralisia facial periférica é o neurologista.
O tratamento proposto e que tem alguma utilidade é a Prednisolona durante 12 a 15 dias, no início o esquema mais bem controlado é o seguinte:
80mg———————-7 dias
60mg———————-2 dias
40mg———————-2 dias
20mg———————-2 dias
A terapêutica proposta também deve incluir, além da fisioterapia,a proteção ocular, para evitar complicações sérias como a úlcera de córnea. Está indicado o uso frequente de solução oftálmica estéril lubrificante. Com o objetivo de promover a regeneração nervosa, medicamentos como, fosfato de citidina associado a uridina e acetato de hidroxocobalamina(ETNA),além da prednisolona 20mg(Predsim20mg-corticosteróide)já mencionado acima e também aciclovir 200mg (antiviral)todos devem ser administrados. O uso concomitante de antiviral e corticosteróide deve ser instituído nos casos clínicos de difícil evolução.Segundo HATO et al., mais de 10% dos pacientes com paralisia de Bell não normalizam sua capacidade de movimentação dos músculos inervados pelo nervo facial,quando tratados somente com corticosteróides. Os autores investigaram os efeitos da associação do aciclovir no tratamento da paralisia de Bell. Este antiviral interage com a DNA polimerase do vírus do Herpes tipo I e inibe a replicação de seu DNA.Neste estudo, a recuperação da atividade motora da mímica facial nos pacientes tratados com prednisolona e aciclovir foi de 95,7%, enquanto que nos pacientes tratados somente com corticosteróides, a recuperação foi de 88,6%.O melhor prognóstico do quadro está associado a um diagnóstico precoce e ao início da terapia medicamentosa imediatamente ao sucedido.
Caso não ocorra uma melhora completa do quadro, outros métodos terapêuticos ( cirurgia) podem ser aplicados na tentativa de correção estética e funcional dos movimentos da face.
A paralisia facial periférica é uma doença freqüente, geralmente benigna que, quando acompanhada precocemente com o especialista adequado, tende a cura completa,mas pode deixar sequelas funcionais importantes, bem como cursar com recidiva da paralisia em parcela significativa dos pacientes.
FONTE: BLOG NEUROLOGIA ON LINE - DR. FERNANDO ORTIZ
http://foz9.wordpress.com/

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