terça-feira, 9 de outubro de 2012

A DOR E SUAS GENERALIDADES

Última atualização: 12/07/2011
A dor é um fenômeno complexo, resultado da interação de diversos fatores, como fisiológicos, bioquímicos, psicossociais e comportamentais. São inúmeras as causas que podem influenciar a existência e a intensidade da dor no decurso do tempo, sendo que a principal delas e a primeira a ser identificada é aquela resultante de uma agressão ou lesão.
Quando um tecido é lesionado ocorre a liberação de substâncias químicas no local, imediatamente detectadas pelo nosso sistema nervoso. Elas disparam um impulso elétrico que corre até a parte posterior da medula espinhal. Nessa região, um grupo especial de neurônios é responsável por transmiti-lo à área do cérebro responsável pela cognição. Aí o impulso será percebido, localizado e interpretado como dor.
No entanto, não é benéfico que essa dor persista por mais tempo do que o necessário. Por isso, os sinais que chegam ao cérebro e se tornam conscientes vão estimular a liberação de substâncias chamadas endorfinas  e encefalinas, que inibem a propagação do impulso elétrico. O mecanismo de inibição da dor é tão importante para a sobrevivência do organismo, quanto o circuito responsável pela percepção dela. Se não fosse ele, a dor de um pequeno corte persistiria enquanto durasse o processo de cicatrização.
Desde 2001, ano em que foi concebido o Plano Nacional de Luta Contra a Dor, que estão sendo criadas Unidades de Dor em hospitais de todo o país. O controle eficaz da dor é um passo fundamental na efetiva humanização das unidades de saúde.
Para auxiliar o diagnóstico, é importante que o paciente consiga realizar uma auto-avaliação da dor, sendo capaz de dar informações precisas sobre (i) sua localização; (ii) suas limitações funcionais ou necessidades vitais afetadas, como sono, repouso, exercício, alimentação, atividade sexual, atividades sociais etc.; (iii) seu tipo, caracteres e intensidade; (iv) medicação que toma ou outras terapias que utiliza para a redução da dor; e (v) os resultados obtidos com as mesmas.
A forma mais comum e conhecida de classificar a dor é como aguda ou crônica, que diferem principalmente no tempo de duração. A dor aguda é temporária e deve ser interpretada como um sinal de alerta, sobre uma lesão recente. Ela normalmente tem causas inflamatórias, traumáticas, infecciosas, pós-operatórias e de procedimentos médicos e terapêuticos em geral. Já a dor crônica acompanha o paciente por tempo prolongado, geralmente mais que 3 meses, e merece maior atenção por parte da medicina moderna, pois afeta diretamente a qualidade de vida limitando a movimentação, a agilidade, a atividade e o bem-estar das pessoas. Suas causas podem estar relacionadas desde a doenças ortopédicas, reumáticas, neurológicas ou psiquiátricas, e até as doenças oncológicas. Estima-se que a maioria das pessoas idosas sofra de dor crônica; isto porque a maioria dos idosos tende a encarar a dor como sendo normal na sua idade.
Mas além de aguda e crônica, a dor pode ser classificada por alguns outros parâmetros, como sua origem fisiopatológica, sua localização e intensidade. Todas essa formas de entender melhor a dor e suas causas serão abordadas mais detalhadamente nas próximas colunas. Até lá!
Fonte: Jornal da Manhã - Dr. José Fábio Lana

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